PO Açores 2020 - FEDER
Acrónimo:CRYPTO
Centro de Custos:890
Código da Operação:ACORES-01-0145-FEDER-000091
Título:CRYPTO - Identificação Molecular de Macroalgas Critopgénicas com potencial invasor nos Açores
Início-Fim:01-05-2019 - 30-06-2023
Entidade Beneficiária Principal:Fundação Gaspar Frutuoso
Entidade Beneficiária Co-Promoção:Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves
Gestores da FGF: Bruno Fernambuco, Lúcia Cláudio
Investigador Responsável:Daniela de Lima Gabriel
Unidades Orgânicas:FCT - Faculdade de Ciências e Tecnologia
Unidades I&D:CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos
EntidadeFundação Gaspar FrutuosoSociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves
Custo Total Elegível175.214,30 €12.283,75 €
PO Açores 2020 - FEDER (85.0 %)148.932,15 €10.441,19 €
Direção Regional da Ciência e da Tecnologia (15.0 %)26.282,14 €1.842,56 €
Principais Objetivos:

As espécies não-indígenas (NIS) representam um descritor da qualidade da água na Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha (MSFD) por serem uma grande ameaça à biodiversidade. Os Açores apresentam 26 espécies de macroalgas marinhas identificadas como NIS, o dobro da tendência mundial. Com seis tarefas coerentemente articuladas, o Projeto CRYPTO visa detetar NIS entre as 40 espécies criptogénicas nos Açores, avaliar os respetivos riscos invasores e aumentar a produção científica de qualidade e orientada para a especialização inteligente.

O Projeto CRYPTO pretende determinar a origem, distribuição e risco de algas potencialmente invasoras, com base na aplicação de técnicas avançadas como códigos de barra de ADN (em inglês, DNA Barcoding) e modelação oceanográfica. Os resultados deste projeto contribuirão para as metas ambientais estipuladas no Programa de Medidas regional no âmbito da MSFD, favorecendo a conservação de ecossistemas açorianos únicos.

Descrição do Projeto:

A presença de espécies não indígenas (NIS), introduzidas ou facilitadas por atividades humanas é uma das grandes ameaças modernas à biodiversidade marinha [1], apresentando potenciais impactos na biodiversidade, economia e saúde pública [2].

A Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha da União Europeia (UE) [3], na qual os Estados Membros devem alcançar ou manter um bom estado ambiental até 2020, estabeleceu 11 descritores para a qualidade da água, um dos quais especificamente relacionado ao nível de NIS introduzidos por atividades humanas (descritor 2, D2), e outros quatro descritores que influenciam ou são influenciados por D2 [4].

Quando uma espécie não é evidentemente nativa ou introduzida, é referida como criptogénica, uma ocorrência comum com importantes consequências para a compreensão das invasões biológicas [5].

A sub-região Açores, a qual compreende 30% da zona económica exclusiva da UE [4], tem 26 espécies de macroalgas ou 6% da sua flora marinha [6] identificada como NIS, o que representa o dobro da média global. Este número pode aumentar quando a origem de 40 outras espécies classificadas como criptogénicas for clarificada [6]. Uma vez que muitas das espécies potencialmente invasivas estão atualmente categorizadas como criptogénicas, é imperativo determinar os seus status para avaliar o seu impacto ecológico [7] e desenvolver planos de gestão.

Nas últimas duas décadas, técnicas moleculares foram desenvolvidas e melhoradas para solidificar a identificação taxonómica de macroalgas marinhas, não apenas facilitando a descoberta de espécies novas e suas avaliações taxonómicas [8], mas também auxiliando a clarificação de taxa criptogénicos, e a identificação da sua população de origem e vetores [1]. Para investigar os padrões de diversidade genética e avaliar a origem e/ou distribuição de dada população, sequências de códigos de barra de ADN são utilizadas para determinar as frequências de haplótipos e sua distribuição geográfica, e reconstruir as relações filogenéticas entre os haplótipos observados [9].

Abordagens complementares como documentação histórica do tráfego marítimo [10] e Modelação Biofísica Oceânica, podem ser usadas para simular a dispersão natural na escala temporal das viagens humanas [1] ou a possível dispersão através de detritos marinhos flutuantes no último século (considerando que 60-80% destes é composto por plástico) [11].

Com seis tarefas coerentemente articuladas, o Projeto CRYPTO pretende avaliar a origem, a distribuição e o risco de algas potencialmente invasoras, com base na aplicação de códigos de barras de ADN, reconstruções filogenéticas, redes de haplótipos e análises filogeográficas, combinados a avaliações históricas e modelação oceânica. Os resultados deste projeto contribuirão para abordar o desafio societal “Ação Climática, Ambiente, Eficiência de Recursos e Matérias-Primas”, estabelecido pelo Horizonte 2020 da UE, visando a proteção do ambiente e a conservação do singular ecossistema açoriano.

1 - Dawson, M.N. et al. (2005). Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 102(34), 11968-11973.

2 - CBD (2010). Document UNEP/CBD/COP/DEC/X/2. Secretariat of the Convention on Biological Diversity.

3 - EC (2008). Official Journal of the European Union, 164, 19-40.

4 - SRRN (2014). Estratégia Marinha para a subdivisão dos Açores. Secretaria Regional dos Recursos Naturais.

5 - Geoffroy, A. et al. (2016). Ecology and evolution, 6(16), 5635-5647.

6 - Micael, J. et al. (2014). Helgoland marine research, 68(2), 209.

7 - Yund, P.O. et al. (2015). The Biological Bulletin, 228(3), 201-216.

8 - De Clerck, O. et al. (2013). Journal of Phycology, 49(2), 215-225.

9 - Gabriel, D. et al. (2015). Arquipélago-Life and Marine Sciences, 32, 1-9.

10 - Geller, J.B. et al. (2010). Annual Review of Marine Science, 2, 367-393.

11 - Lebreton, L.M. et al. (2012). Marine Pollution Bulletin, 64(3), 653-661.

Resultados:

1 Workshop com especialistas; 1 Reunião Online; 4 Artigos internacionais; 2 Artigos nacionais, 4 Comunicações orais em Congressos; 1 Base de dados; 1 Guia de campo; e 1 Website do projeto.

Albúm


Evidências/Publicações