Acrónimo: | M1.1.C/C.S./031/2021/01 escuto.te |
Centro de Custos: | 1097 |
Código da Operação: | M1.1.C/C.S./031/2021/01 |
Título: | Escuto-te: vozes das infâncias entre a filosofia e a política |
Início-Fim: | 14-02-2022 - 11-09-2024 |
Entidade Beneficiária Principal: | Fundação Gaspar Frutuoso |
Gestores da FGF: | Gonçalo Goulart, Paula Oliveira |
Investigador Responsável: | Magda Eugénia Pinheiro Brandão Costa Carvalho Teixeira |
Unidades Orgânicas: | FCSH - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas |
Unidades I&D: | NICA - Núcleo Interdisciplinar da Criança e do Adolescente |
Entidade | Fundação Gaspar Frutuoso |
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Financiamento Total | 17.000,00 € |
Direção Regional da Ciência e da Tecnologia (100.0 %) | 17.000,00 € |
Principais Objetivos:
OBJETIVO GERAL:
- acolher e estudar como a voz e a escuta das crianças como primeira etapa da sua participação nos ambientes que lhes dizem diretamente respeito.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- apresentar a Filosofia enquanto oportunidade crítica para reclamar o pensamento próprio das crianças e a necessidade de defender a importância das suas vozes em todos os meios em que se encontram;
- promover leituras críticas dos discursos e práticas sobre a infância;
- promover, na UAc, dinâmicas investigativas de alto nível, integrando estudantes do Mestrado nas atividades permitidas por um projeto financiado;
- estudar alguns impactos que a escuta das crianças pode desencadear no modo como educadores, professores e outros mediadores pedagógicos se relacionam com elas;
- adotar abordagens metodológicas que integrem as crianças enquanto investigadoras nos contextos que pretendem estudar;
- vivenciar processos e relações entre os intervenientes, mapeando de diferentes maneiras o coletivo de forças envolvido e registando a constituição das experiências singulares que se tornam possíveis;
- constituir uma equipa transdisciplinar diversificada através de investigadores seniores e de investigadores juniores;
- criar dinâmicas de trabalho que conciliem a experiência e a inovação;
- possibilitar a crianças, a educadores e a professores residentes em diferentes contextos sociais e geográficos o acesso às oportunidades criadas por um projeto de investigação financiado, potenciando ao mesmo tempo internacionalmente a investigação feita na RAA;
- integrar verdadeiramente as crianças nos discursos e práticas educativas que lhe digam diretamente respeito, começando no próprio modo como o projeto se concebe.
Descrição do Projeto:
O projeto escuto.te constitui-se a partir do Mestrado em Filosofia para Crianças, da Universidade dos Açores (UAc), programa inovador no panorama da formação especializada nacional e internacionalmente, que nos últimos 6 anos tem juntado estudantes, docentes e especialistas de vários países em torno dos cruzamentos entre filosofia e infância. Como infraestrutura investigativa, o NICA (UAc) tem promovido atividades de investigação e divulgação na área, fomentando o pioneirismo da RAA na Filosofia para/com Crianças e na Filosofia da Infância. Assim, a UAc tem hoje um conjunto qualificado de investigadores em distintos contextos geográficos e educativos, reafirmando a Filosofia como oportunidade para reclamar a importância da escuta das crianças e a necessidade de promover diferentes expressões das suas vozes.
A aproximação entre filosofia e infância é uma linha educacional inovadora, constituindo um movimento internacionalmente disseminado e uma área de estudos de grande projeção. Pretende-se assumir a especificidade do trabalho da UAc nesta área e, a partir da voz e da escuta, pensar uma ressignificação das relações educativas. Entendida como marca de uma singularidade plural que se dá num espaço coletivo, a voz comunica e constitui o próprio sujeito que fala. É, assim, fundamental pensar a sua potencialidade política enquanto resistência crítica contra a massificação e a manipulação do pensamento no espaço público. Por seu lado, a escuta é um modo específico de relação com os outros, numa permanente atenção ao que se cria e reverbera sempre que alguém fala. Escutar é atender ao que não está imediata e permanentemente acessível (como acontece com a visão), àquilo que cabe a cada um cumprir no espaço partilhado das intersubjetividades e àquilo que cada um é (para lá do que verbaliza).
Contrariando uma dinâmica vertical de comunicação e procurando que o projeto seja corpo para aquilo que pretende estudar, adotar-se-ão metodologias em que a voz de todos os envolvidos, sobretudo as crianças, seja considerada. Não se pretende investigar sobre a infância ou para a infância, mas com a infância. Assim, a presença da filosofia na Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico é uma oportunidade de envolvimento significativo e um espaço e um tempo privilegiados para a ressignificação da infância.
Pretende-se congregar um conjunto de investigadores que promovam diferentes atividades filosóficas com crianças (em distintos pontos geográficos e culturais) onde se explore cartograficamente a voz e a escuta como práticas políticas na (e da) infância. A partir daí identificar-se-ão áreas prioritárias das suas vivências escolares, incentivando-se um olhar crítico sobre discursos e práticas através de atividades e linguagens diversificadas. Paralelamente, ensaiar-se-ão movimentos formais e informais em que essas vozes possam ressoar e afetar os entornos institucionais, transformando-as em fonte de conhecimentos e de decisões viáveis e legítimas.