Acrónimo: | PO ACORES 2020-2015-CONNECT-G |
Centro de Custos: | 630 |
Código da Operação: | ACORES-01-0145-FEDER-000061 |
Título: | Avaliação do impacto da estrutura funcional dos corredores ecológicos na conservação da biodiversidade genética de espécies ameaçadas |
Início-Fim: | 23-09-2016 - 31-10-2022 |
Entidade Beneficiária Principal: | Fundação Gaspar Frutuoso |
Gestores da FGF: | Lúcia Cláudio |
Investigador Responsável: | Eduardo Manuel Ferreira Dias |
Unidades Orgânicas: | FCAA - Faculdade de Ciências Agrárias e do Ambiente |
Unidades I&D: | CBA - Centro de Biotecnologia dos Açores |
Entidade | Fundação Gaspar Frutuoso |
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Custo Total Elegível | 151.458,80 € |
Direção Regional da Ciência e da Tecnologia (15.0 %) | 22.718,82 € |
PO Açores 2020 - FEDER (85.0 %) | 128.739,98 € |
Principais Objetivos:
Avaliar a eficiência de diferentes tipos de corredores ecológicos no fluxo genético de algumas espécies ameaçadas dos Açores.
Aumentar a Produção Científica de Qualidade e Orientada para a Especialização Inteligente.
Para tal o projeto está seccionado em dois tipos de objectivos secundários.
Objetivos científicos:
1) Avaliar a correlação entre tipo de corredor ecológico e diversidade genética em espécies ameaçadas;
2) Determinar a extensão de corredor mais adequado para que seja eficaz;
3) Avaliar as novas tecnologias de sequenciação de genoma na determinação da eficiência de corredores ecológicos.
Objetivos gerais:
4) Melhorar a conservação de recursos genéticos para uma gestão sustentável;
5) Fornecer ferramentas para utilizadores finais;
6) Disseminar resultados à sociedade e comunidade científica.
Descrição do Projeto:
Está estimado que ecossistemas insulares englobem mais de 30% de hotspots de biodiversidade mundiais, e torna-os laboratórios perfeitos para estudar o impacto dos corredores ecológicos na diversidade genética de espécies ameaçadas, que poderão ser extrapolados para ecossistemas maiores. Conhecer os padrões de fluxo genético é fundamental para o planeamento da conservação de paisagem e aconselhamento de estratégias de conservação. Diversas entidades governamentais internacionais apoiam medidas para promover a conectividade entre habitats e aumentar trocas entre populações fragmentadas. A funcionalidade de corredores na manutenção de fluxo genético não tem sido estudada, ainda que a dispersão e fluxo genético sejam condições base para assegurar a persistência de populações. A fragmentação dos habitats dos Açores é uma realidade, com largas áreas pristinas (mosaicos naturais - parte dos Parques Naturais) e com recorte denso da restante paisagem tradicional, com sebes e alinhamentos de vegetação, potenciais corredores ecológicos.
Em alguns casos poderão estar a funcionar, noutros é evidente a rotura da capacidade reguladora da paisagem, e noutros casos, só podemos suspeitar, por falta de estudos, que as populações endémicas estão localmente resguardadas mas globalmente em risco pela quebra do fluxo de genes, pequena dimensão das população e inbreeding. É um problema central na conservação da biodiversidade, mas esquecido por dificuldades de validação.
As espécies alvo são: Isoetes azorica (Lycophyta–plantas com esporos); Trichomanes speciosum (Pteridophyta–fetos); Picconia azorica, Vaccinium cylindraceum, Angelica lignensis e Lactuca watsoniana (Magnoliophyta–plantas com flor); e Hipparchia azorina (Lepidopera–borboletas), porque representam grupos funcionais distintos e endémicos, com diferentes estruturas populacionais e exigências de corredores ecológicos, representativos de um grande grupo de espécies para além dos Açores. Corredores ecológicos considerados: Ilha Terceira: Lagoa do Negro-Chambre; Dorsal da Serreta. Ilha do Pico: Mistério de Sta. Luzia; Mistérios da Prainha; Dorsal central da ilha. Ilha do Faial: Parque do Capelo; Mancha florestal do Norte Grande. Inter-ilhas, corredores estabelecidos por stepping stones para fluxo de aves : Pico-Faial; Pico-Terceira.
A avaliação da eficiência dos corredores ecológicos será feita por métodos ecológicos e métodos genéticos, através de análises moleculares tradicionais e tecnologias de sequenciação de genoma de última geração (NGS). A dispersão de sementes e pólen será avaliada através de técnicas de GIS, monitorização ambiental e de avaliações de campo.
Este projeto consiste em 6 pacotes de trabalho (WPs) em que se pretende explorar a diversidade genética de populações das espécies alvo em 9 tipos de corredores ecológicos (WP4) assim como determinar a biologia e padrão de disseminação de sementes e pólen destas espécies (WP2 e WP3). Na WP5 os dados obtidos serão integrados em um contexto ecológico alargado. O conhecimento gerado será a base para um incremento capacidade intelectual nacional e irá atingir investigadores, organizações locais e internacionais devido a uma robusta estrutura de gestão e esquema de comunicação e disseminação (WP1 e WP6).
Resultados:
Os resultados do projeto pretendem contrariar a fragmentação de habitats e estimular o desenvolvimento de redes e corredores ecológicos. Estas são medidas essenciais para diminuir a perda de biodiversidade, estando de acordo com os objectivos das diretrizes internacionais para proteção do ambiente e espécies, como “Aichi targets”, Convenção de Biodiversidade Biológica, FAO, Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, e em outros tratados de Conservação da Natureza e Biodiversidade. Será também importante na ação preparatória BEST (política regional) que exprime a importância de preservar a Biodiversidade de regiões ultraperiféricas da UE e de apoiar intervenientes ligados a ela. Este projeto também irá ter impacto face ao end-users (decisores políticos, promotores de extensão rural, agricultores, sociedade em geral e científica), pelo aumento da capacidade decisora e intelectual, acesso a fontes adicionais de informação, e melhoria de networking, comunicação e consciencialização.
Em mais detalhe, os resultados pretendem identificar alterações na biodiversidade, resultantes da variação entre ecossistemas e corredores ecológicos; determinar o grau de eficiência dos corredores ecológicos em termos de trocas genéticas e manutenção de níveis de diversidade entre as espécies alvo; e desenvolver diretrizes de possíveis medidas para evitar, minimizar ou compensar para perdas de biodiversidade através de corredores ecológicos.